Já pararam para pensar na contradição que vivemos diariamente:
Como em um mundo tão grande estamos sempre presos a coisas tão pequenas?
Existem tantos lugares para se conhecer, tantas coisas para se fazer, tantas novidades, tantos desafios, tantas descobertas... e nós aprisionados a tantos detalhes. Talvez o espírito aventureiro que habita cada um de nós fique um tanto tímido diante das contas do fim dos mês, das 'obrigações' sociais e familiares, das dúvidas (ou dívidas), que simplesmente deixamos para depois aquela viagem a um país distante, a mudança para outra cidade, a implantação do novo negócio. Assumir grandes riscos parece tão assustador que nós mesmos reduzimos nosso universo a uma rotina interruptível atrelada a pequeninices que poderiam facilmente ser sacrificadas na busca de algo maior. Não estou aqui fazendo apologia à inconsequencia - é importante ter cautela, mas ela não pode servir como desculpa para as conquistas abortadas por receio de não acontecerem. Acredito também que não seja tão simples sair desse hábito contraditório de autoanulação. Possivelmente faz-se necessário criar a prática de encorajar-se e dizer a todo sonho, desafio ou ideia que vier à mente: Por que não?
(Grazielle Santos Silva)
* Pôster do filme "Antes de Partir"
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