
Milhares de pessoas com seus guarda-chuvas caminham numa sincronia quase que obrigatória: levantam-nos, abaixam-nos de modo que não se esbarram de jeito algum. Resolvi parar e observar o acontecimento. Visto de longe parece mesmo uma dança digna de trilha sonora. Quase um musical da Broadway em plena metrópole. Perdi a hora analisando as cores e movimentos do espetáculo. No entanto, por aqui, quando a chuva resolve aparecer nunca se sabe em que momento ela vai se cansar e ir embora. Então parei de contemplar e tive que seguir meu trajeto. Aderi à coreografia e tomei o caminho de casa agora muito menos incomodada com o fato de ter que encará-la de frente.
(Grazielle Santos Silva)
* Pôster do filme “Singing in the rain” (1952).
Um comentário :
Incrível como há coisas tão belas que a gente nem nota. Parece que sempre estamos apressados demais para as ver. É sempre bom quando em algum momento conseguimo não ignora-las.
E a chuva não é tão ruim assim, principalmente com alguém para partilha-la.
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