terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Singing in the rain: o baile dos guarda-chuvas

Não sou muito fã de chuva. Nada pessoal, mas andar debaixo de tempestade não é meu programa favorito. No entanto, vez ou outra isso inevitavelmente acontece. Então abro meu guarda-chuva e tento pensar em coisas felizes para não passar o resto do dia mal humorada por ter que re-lavar a calça, o tênis ou mesmo por pegar um resfriado (Odeio resfriados). Num desses momentos em que ela resolveu aparecer toda faceira acompanhada de uma ventania digna de levantar todos os vestidos da Marilyn, pude ver um fenômeno que nunca tinha prestado atenção: o grande baile que ocorre em dias como esse.

Milhares de pessoas com seus guarda-chuvas caminham numa sincronia quase que obrigatória: levantam-nos, abaixam-nos de modo que não se esbarram de jeito algum. Resolvi parar e observar o acontecimento. Visto de longe parece mesmo uma dança digna de trilha sonora. Quase um musical da Broadway em plena metrópole. Perdi a hora analisando as cores e movimentos do espetáculo. No entanto, por aqui, quando a chuva resolve aparecer nunca se sabe em que momento ela vai se cansar e ir embora. Então parei de contemplar e tive que seguir meu trajeto. Aderi à coreografia e tomei o caminho de casa agora muito menos incomodada com o fato de ter que encará-la de frente.

(Grazielle Santos Silva)

* Pôster do filme “Singing in the rain” (1952).

Um comentário :

Daniel disse...

Incrível como há coisas tão belas que a gente nem nota. Parece que sempre estamos apressados demais para as ver. É sempre bom quando em algum momento conseguimo não ignora-las.
E a chuva não é tão ruim assim, principalmente com alguém para partilha-la.

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