quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Um dia com final colorido

Não tive um dia ruim. Mas não foi um dos melhores da minha vida. Foi assim, um dia cor de burro quando foge: sem sal, açúcar ou pimenta, com gosto de nada. Não fiz tudo que queria fazer, mas consegui concluir as coisas mais importantes e fui pra Universidade resmungando, porque tinha uma única aula de uma professora muito chata (e que ela não me leia agora).

Terminada a aula, sem ter mais o que fazer ali, tomei o caminho de casa. Segui a mesma rota de sempre: fila do terminal, ônibus lotado, terminal da rodoviária, outro ônibus lotado e enfim lar doce lar. Geralmente acho graça em seguir esse caminho, porque me perco na conversa dos outros, me farto de risos e vez ou outra encontro alguns olhares interessantes.

Mas hoje eu não prestei atenção em nada disso. Sabe aqueles dias que você realmente não tem ânimo pra nada? Eu estava desse jeito. Vim perdida pensando em insignificâncias até que me deparei com um garoto lindo cheio de livros sentado em algum lugar no meu campo de visão. Nem olhei muito – “Lindo desse jeito não vai nem perceber minha existência” – concluí. E não percebeu mesmo não. Sentei ao seu lado – porque foi o único lugar vago – e ele continuou sua leitura compenetrado.

Abri a agenda, olhei qualquer coisa, e tudo seguia normalmente até que o motorista, sabe-se lá porque, parou o ônibus e começou a conversar. “Ele parou pra conversar?” indaguei em voz alta (simultaneamente ao menino do lado). A gente riu da coincidência e naquele momento ele percebeu que eu existia. Começamos um diálogo um tanto intrigante. Já viram casos de “transmimento de pensação”? Pois é, foi algo assim. Ele falava o que eu pensava, eu falava o que lhe vinha à mente, e o papo estava tão interessante que ele quase perdeu o ponto. (A gente nem deu conta que o ônibus tinha voltado a andar). Ele deu sinal e desceu. Um ponto antes que eu. Saiu rindo e me deixou rindo. E eu nem sei seu nome ou onde mora, mas ele me deu um presente lindo: um riso bobo que veio colorir meu dia.

2 comentários :

Mamãe de primeira viagem disse...

oi Grazi.... A história começou meio nublada e desanimada, assim como está o dia em BH... Mas depois começou a ficar gostosa... Clima de surpresa... Viu como o gato te notou?????
Pena que vcs não trocaram telefones... Porém, torço para que a feliz cocidência de encontra-lo no ônibus de novo ocorra em breve....
beijos!!!

Mirelle disse...

Poxa, nem perguntou o nome?!!
É acontece...

MAs "transmimento de pensação" é MEUUUU!!!!
kkkkkkkkkkkkkk

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